A visita à Casa dá a conhecer, no andar nobre, a exposição permanente do museu, inicialmente instalado por D. Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque.
Salão de Entrada
À maneira das salas de armas típicas das casas nobres dos séculos XVII e XVIII, ostenta, no teto de madeira de castanho, as armas do construtor da Casa, António José Botelho Mourão ‑ Botelho, Mourão, Vasconcelos e Aguiar ‑, as mesmas que se encontram no lugar cimeiro ao centro da fachada da Casa.
Francisco de Albuquerque, com base num reposteiro original com as armas dos Sousas, mandou fazer os outros três, cujos brasões representam os ramos Botelho, Melo e Albuquerque, assim como os bancos que ladeiam a sala, desenhados por Paulo Bensliman.
Biblioteca
Embora este espaço, tal como o vemos, tenha sido reconfigurado em pleno séc. XX pelo instituidor da Fundação, D. Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque, contém memórias que remontam pelo menos ao séc. XV. O seu fundo bibliográfico contém mais de 6.000 títulos, embora nem todos possam ser vistos aqui. Este é o espaço de uma das mais extraordinárias aventuras editoriais que nos é dada a conhecer. O seu protagonista é D. José Maria, o 5º Morgado de Mateus, matemático formado na Universidade de Coimbra, militar à imagem dos seus antepassados, mas também um diplomata particularmente atento às grandes dinâmicas estratégicas do seu tempo… O seu objeto é a Edição Monumental de Os Lusíadas, de Luís de Camões, que podemos ver documentada nas várias vitrinas.
Salas de Mateus d’Allém
No lado poente da mesma ala, o 3º Conde de Vila Real instalou, nas antigas ‘Salas de Mateus d’Allém’ quatro quartos servidos pelo corredor proveniente da sala da Biblioteca. Mais tarde, o seu neto D. Francisco, interveio nesta ala conferindo-lhe maior conforto e funcionalidade. O último quarto deste corredor conserva o teto original.
Entre os móveis de repouso noturno dos quartos destaca-se, no segundo, um leito de cabeceira recortada e entalhada com um feixe de plumas no remate do período de D. José I.
Dentro das caraterísticas que tiveram larga aceitação durante a época de D. Maria I, o primeiro quarto mostra um leito de pendor neoclássico, de perfis retos e com a sobriedade decorativa que substituiu as formas e a decoração entalhada dos ciclos artísticos anteriores.
Estes aposentos conservam ainda no local de origem os armários encastrados, um deles em pau-santo com as frentes decoradas com molduras de tremidos.
A escolha dos quadros que decoram estes espaços obedece às prescrições da época que previam a pintura de temática religiosa.
Sala do Tijolo
Na Sala do Tijolo, a Sul do Salão de Entrada, dominam os retratos de D. João V e D. Maria Ana de Áustria e uma série alegórica das quatro estações executada por um pintor arcimboldesco do século XVII.
O 4º Morgado, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão, num documento de 1786 identifica estas quatro telas como pertencentes ao acervo da Casa dos Moroleiros, legou-nos algumas descrições da decoração original da Casa: na Sala do Tijolo, por exemplo, regista a existência de um ambiente de riqueza e de conforto decorado com um jogo de panos de armar, preenchidos com episódios bíblicos em torno de David, Nabucodonosor e Eliseu, e com reposteiros em brocatel amarelo e vermelho, com franja de seda que forravam as cinco portadas. Aqui encontrava-se, também, um bufete revestido por um pano de idêntico tecido.
Atualmente, a sala acolhe um consistente conjunto de contadores, executados em vinhático, sissó e pau-santo, onde é possível observar as caraterísticas do chamado “estilo português” que se distingue pela decoração de tremidos e pelos torneados com fortes estrangulamentos.
Nos exemplares de maiores dimensões, D. Luís António guardou criteriosamente parte do fundo documental da Casa, tarefa que foi continuada por seu filho.
No centro da sala, sobre uma mesa de trempe em sissó, torneada por um marceneiro de qualidade, expõe-se um admirável prato hispano-árabe, em faiança com decoração de reflexos cobreados, produzido nas olarias de Manises.
Sala da Loiça Azul
Nesta Sala, antigo escritório, veem-se os retratos da Família em óleos, gravuras, aguarelas e fotografias de época. O acervo iconográfico, reunido desde o século XVII, tornou-se numa expressão emblemática e simbólica da identidade, unidade e continuidade que o poder e o prestígio conferiram à Família.
O pequeno núcleo de móveis que decora esta sala é constituído por um piano de mesa dos finais do século XIX, um contador japonês lacado, com decoração relevada a ouro e interior das gavetas em makié, datável do primeiro quartel da mesma centúria, e um armário-copeiro de produção nacional, onde se exibe parte de um vasto serviço de mesa em porcelana chinesa, com decoração dita de “Cantão”.
A qualidade e o número de peças de porcelana de importação que ainda podemos ver em Mateus dão testemunho da variedade e do requinte dos usos da mesa a que a Casa plenamente aderiu, sobretudo a partir do século XVIII, através da aquisição de diversos tipos de peças de carácter decorativo e de vastos aparelhos de mesa em porcelana chinesa de encomenda, também conhecida por porcelana da Companhia das Índias.
Sala de Jantar
Na Sala de Jantar, que em circunstâncias especiais é ainda utilizada, encontra-se um imponente armário em vinhático e pau-santo maciço, com as frentes das portas e das gavetas preenchidas com decoração de tremidos. Apresenta uma ordem inferior de seis gavetas, simulando catorze, e no corpo superior duas meias portas e três prateleiras onde actualmente se expõem algumas peças da baixela de prata dos séculos XVIII e XIX.
Da prataria rococó importa destacar um bule de produção inglesa densamente decorado com motivos concheados, pagodes e volutas.
Acertado com as novas tendências do gosto neoclássico, observa-se um belo conjunto de bacia e gomil, decorado com estrias caneladas, dos finais do século XVIII.
Com os Condes de Vila Real, a mesa em Mateus é atualizada com a encomenda de um novo aparelho em porcelana chinesa, decorada a ouro, um vasto serviço de vidros e um requintado serviço de chá e faqueiro em prata, monogramados.
Adequado à função desta sala, o tema da natureza morta está amplamente representado em várias telas saídas do círculo de pintores de Amberes, nomeadamente Jan Fyt, Frans e Peter Sneyders.
Sala Rica
Também chamada de Sala de Visitas, reúne um excecional conjunto de móveis de importação, provenientes de distintos horizontes culturais. Secundada pelo carácter decorativo e alegórico dos quadros do círculo de Pierre Mignard, a diversidade do mobiliário, que aqui se expõe, confere a este aposento uma atmosfera de requinte e exuberância. Proveniente da região do Gujarate, no Norte da Índia, o painel em madeira de teca com decoração de placas de tartaruga e madrepérola, que hoje se apresenta adaptado a uma mesa do século XIX, é uma das peças mais significativas do recheio da Casa. São abundantes as referências a contadores, cofres, tabuleiros de jogo, escritórios e tampos de mesa revestidos com embutidos de madrepérola e tartaruga que desta, e de outras regiões do Império Mogol, chegavam a Portugal, destinados a enriquecer o espólio das casas nobres.
Da miscigenação estética entre o Oriente e o Ocidente, resultante da presença dos portugueses na Índia, é também exemplo o contador indo-português que se expõe nesta sala.
A decoração com embutidos de ébano e marfim, sobre a estrutura de teca, forma um denso e minucioso padrão vegetalista onde não faltam as habituais representações de tigres.
Assenta numa trempe em forma de mesa, dotada de uma ordem de duas gavetas e de um corpo inferior aberto por quatro arcos. Nos pés, figuram quatro nagini, divindades hindus, guardiãs de tesouros aquáticos.
De tipologia e função idênticas, merece destaque o Bargueño, que se encontra no lado oposto da sala, apoiado num armário baixo com portas e gavetas. A tampa de rebater, a compartimentação do interior com uma série de pequenas gavetas, portas com frontões e colunelos em osso, a rica policromia realçada a ouro e as complexas ferragens são algumas das particularidades que, habitualmente se observam nesta, que é uma das mais distintivas peças do mobiliário espanhol. A produção inglesa está representada por um relevante conjunto de armário e relógio de caixa alta em carvalho com decoração floral marchetada em cinco tons de madeiras exóticas. Difundida na Holanda, por volta de 1675, a moda das composições marchetadas de motivos florais rapidamente foi seguida pelo mobiliário inglês do período William and Mary. Joseph Windmills, mestre relojoeiro em 1702, é o autor do mecanismo do relógio de Mateus. A sala rica integra ainda um armário-oratório português, decorado com pintura acharoada de vermelho e motivos dourados a lembrar as ferragens dos armários ”bronzeados”.
Sala de Arte Sacra e Sala dos Paramentos
Nestas salas, funcionou o primitivo museu, instalado por D. Francisco, 3º Conde de Mangualde. Recentemente remodeladas pela Fundação, no âmbito do novo programa museológico, acolhem um acervo importante de obras de arte sacra, representativo da sensibilidade religiosa dos membros da família que, sobretudo nos séculos XVII e XVIII, foram enriquecendo o serviço da liturgia e do culto da Capela de Nossa Senhora dos Prazeres, através da aquisição de alfaias de prata, paramentos e imagens de devoção.
Ao entesouramento de peças destinadas a solenizar as celebrações da capela, juntou-se o ingresso de uma muito significativa colecção de relíquias em resultado das doações efectuadas por Diogo Álvares Mourão, o Santo Arcediago, que de Roma trouxe inúmeros fragmentos ósseos de santos mártires e confessores. Do vasto conjunto de receptáculos consagrados à guarda e veneração das Santas relíquias, destaca-se a série de relicários de prata em forma de ostensório, executada por um ourives de Roma.
O núcleo de escultura é revelador das fortes convicções e da profunda religiosidade que os protagonistas da história da Casa de Mateus sempre testemunharam. Em sintonia com a espiritualidade da época barroca, em que se assiste a um forte impulso das devoções marianas, as peças mais relevantes hoje expostas no Museu representam um atractivo testemunho da quantidade e diversidade de esculturas que a Casa dedicou à Virgem.
Entre as peças de maior mérito estão as imagens de Nossa Senhora da Conceição, em marfim, de oficina indo-portuguesa, e as de Santa Ana ensinando a Virgem a ler, que foi uma das devoções que D. Luís António de Sousa Botelho Mourão, 4º Morgado de Mateus, mais privilegiou.
O Museu acolhe ainda um magnífico Cristo moribundo, cíngalo-português, e uma das peças mais notáveis do acervo da Casa: um baixo-relevo alemão, da escola de Nuremberga, do século XVI, lavrado em mármore de Solhnofen com a representação da Descida da Cruz.
Na segunda sala estão concentrados os paramentos e as alfaias mais significativas, colocadas pelas diferentes gerações da Casa ao serviço da Capela, que, nos dias mais solenes, se rodeava de uma grande intensidade cénica e emocional.
A construção do novo templo, em 1759, pressupôs também a renovação das vestes eclesiásticas e de todas as alfaias que serviam o exercício do cerimonial litúrgico. Coevo da abertura ao culto da nova capela, conserva-se um paramento de pontifical, um jogo de sacras, e uma custódia executada em Roma. Entre as existências de merecido regist,o está também o conjunto de três escapulários da Ordem Carmelita Descalça, que acompanharam D. Luís António durante a sua permanência no Brasil, constituindo um claro testemunho do culto privado do 4º Morgado de Mateus a Nossa Senhora do Carmo, que o levou a baptizar dois dos seus filhos, D. Maria do Carmo e D. José Maria do Carmo, o Morgado de Os Lusíadas, com o nome desta invocação.
No piso térreo, a Fundação homenageia, em espaço próprio, duas personalidades incontornáveis na História da Família.
Exposições Temporárias
Mateus | São Paulo: D. Luís António e Dona Leonor, 300 anos
No o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi inaugurada a exposição MATEUS|SÃO PAULO: D. LUÍS ANTÓNIO E D. LEONOR, 300 ANOS, vista panorâmica sobre a vida e o percurso do 4º Morgado de Mateus – o primeiro membro da família a projetar-se como estadista ao assumir o posto de Governador e Capitão-General de São Paulo por nomeação do Marquês de Pombal – e de sua mulher D. Leonor, uma das mais determinadas protagonistas da história desta Casa. Com o recurso a documentos, mapas, ilustrações e objetos que fizeram parte da vida destas duas personagens, procuramos compreender como interpretaram os desafios do seu tempo, como procuraram fazer as transições que se impunham.
A exposição de D. Luís António e D. Leonor esteve, durante mais de dez anos, exposta numa das Salas da Fundação da Casa de Mateus, mas que em virtude das mudanças climáticas apontou taxas de temperatura e humidade inadequadas nos últimos dois anos, o que foi devidamente exposto no Relatório de Atividades da Fundação e que resultou na alteração da Sala a partir de um novo Projeto Expográfico que visa celebrar e assinalar os 300 anos de nascimento do D. Luís António e de D. Leonor de Portugal.
Exposição Coleção Douro “20 Anos de Património Mundial”
Dentro das celebrações, iniciadas em 2021, dos 20 anos da inscrição, pela UNESCO, do Alto Douro Vinhateiro na lista de Património Mundial, a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial propôs-se assinalar este importante momento da história da região com a criação da Coleção Douro, 20 anos de Património Mundial, resultado do contributo de 12 artistas com créditos firmados e cuja vida, de uma forma ou de outra, se tenha cruzado com o Douro: Alexandre Farto aka Vhils, Álvaro Siza Vieira, Casal Aguiar, Dario Alves, Dominique Pichou, Eduardo Souto de Moura, Francisco Laranjo, Gracinda Marques, José Emídio, Mónica Baldaque, Sobral Centeno, Zulmiro de Carvalho
A edição é de apenas 50 coleções de 12 serigrafias, com coordenação artística e técnica da responsabilidade de Joana Paradinha, sempre em diálogo com os artistas. Cada uma destas coleções está agora disponível para venda pública, pois até à data era reservada exclusivamente aos Associados da Liga dos Amigos do Douro Património Mundial. O produto da venda será destinado ao reforço do orçamento da Liga na prossecução e implementação da sua missão estatutária, ao serviço do Alto Douro Vinhateiro.
Capela
A construção da nova Capela foi iniciada por António José Botelho Mourão para “maior honra e glória de Deus”, substituindo a antiga datada de 1641, muito embora só tenha sido inaugurada por seu filho D. Luís António em 1759.
A par de um desejo de monumentalidade, seguindo a estética da Casa, de uma maior solenização do culto religioso, também a existência de uma vasta colecção de relíquias aqui deixada em honra de Nossa Senhora dos Prazeres, em testamento de Diogo Álvares Mourão o Santo Arcediago, irmão do Morgado da Prata e tio do construtor da Casa, motivou a edificação do novo templo, conforme se depreende do requerimento dirigido por António José Botelho Mourão ao Arcebispo de Braga no qual sustentou que para:
“melhor poder colocar muitas relíquias que o suplicante tem (…) deseja muito transferir a dita capela para outro lugar onde a possa fazer com mais capacidade e grandeza para o sobredito efeito (…) enquanto às relíquias do corpo, tem o suplicante o corpo inteiro de São Marcos Mártir e outras muito mais em número considerável todas com aceitação do Sumo Pontífice Clemente XI (…)”.
A frente da Capela é paralela à fachada principal da Casa e recua para o plano da sua fachada posterior, criando espaço para o Terreiro, que com o seu Cruzeiro separa a Casa da Adega.
Ricamente ornamentada, com linhas de influência nasoniana e autoria de Mestre José Álvares do Rego, a altura da fachada retoma a altura da fachada principal da Casa.
A nova sacristia passou a ostentar o tecto e o altar-mor da primitiva capela.
Entre os Morgados de Mateus aqui sepultados estão D. Luís António, D. José Maria, o 3º Conde de Vila Real, D. José Luís, e D. Francisco 6º Conde de Vila Real, 5º Conde de Melo e 3º Conde de Mangualde.
Jardins
Reportagem de ARTE TV sobre os jardins da Casa de Mateus(em Francês)
Situam-se a nascente e constituem a escadaria no enfiamento do eixo central da construção e latadas contíguas. As plantas referidas, de inventário de finais do século XVIII, referem a saída para os jardins a nascente, e a sul uma área ajardinada e a quinta.
O 3º Conde de Vila Real, a par das melhorias realizadas na Casa, desvia o caminho público, que de norte a sul e à frente da fachada principal atravessava a quinta, e planta, em 1871, os cedros que ainda hoje ensombram o edifício e o lago.
Nos anos trinta do século XX, a Condessa de Mangualde manda plantar os jardins a sul da Casa com desenho de Gomes de Amorim. Seu filho, o instituidor da Fundação, no conjunto de grandes obras que realiza, inclui o espaço exterior que envolve toda a construção alterando definitivamente a sua leitura. Planta o túnel de cedros que cobre a escadaria nascente, enfatizando o eixo de perspectiva longitudinal que caracteriza todo o conjunto, constrói do seu lado norte três tanques com desenho de António Lino, e reformula os jardins de bucho, a sul, com desenho de Paulo Bensliman. No patamar superior, cria no limite da geometria de outro jardim de bucho, de ambos os lados do acesso à escadaria, os únicos momentos íntimos e românticos de todo o jardim com dois grandes conjuntos de cameleiras e bancos de estadia.
Com consistente projecto de Gonçalo Ribeiro Teles, nas décadas de cinquenta e sessenta, D. Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque altera totalmente toda a área que enquadra a fachada principal da Casa. Cria uma nova entrada, que num traço muito conseguido de desenho construído e vegetal, concebe a surpresa e o encantamento que constitui a aproximação à Casa, com a vista do alinhamento da sua perspectiva central.
O Lago, um espelho de água construído nos anos cinquenta, prolonga de forma perfeita o conjunto edificado, que nele se reflecte reproduzindo a imagem da fachada principal, e envolvido por uma mata de castanheiros e carvalhos plantada nos anos sessenta, ao reflectir a Casa coloca-a no meio da vegetação.
A escultura de João Cutileiro, que desde 1981 dorme no Lago, integrou já a imagem da Casa.
No Dia Internacional dos Monumentos e Sítios de 2020, apresentámos uma exposição online que nos mostrou as transformações sucessivas que conduziram ao que conhecemos hoje como os Jardins da Casa de Mateus, sobretudo a plantação dos grandes Cedros, há precisamente 150 anos, e a intervenção do Arq. Gonçalo Ribeiro Telles, nos anos 60 do séc. XX.
Descarregue a Exposição Árvores de Mateus